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Monday, May 25, 2009

Mensagem para João Constantino Silva a respeito da mensagem anterior de João Constantino Silva

És um pequeno dejecto seco com um chiuaua agarrado. 
Esta mensagem mensagem vai-se repetir de cinco em cinco segundos até que o seu receptor e emissor expludam em uníssono. Se tal não acontecer recorrer-se-á ao desempate por grandes penalidades.
Fim de novas mensagens.
Para gravar um CD com o Marante prima um seguido de cardinal.
1 #


Sunday, February 22, 2009

O tempo é de vacas magras e não plantam mais erva para elas. Tenho eu de tirar os pregos da testa e pôr no pão para conseguir trincar alguma coisa.Tirar uma fotografia ao teu porte e postura para vender como corte e costura a quem me der uma arroba de nada para pagar quase tudo . E todos falam de onde vão por a sua cruz mas no sétimo dia todos se ignoram a urna.E a mudança é nos números do calendário. Os Heróis duram só uma noite e madrasta é a heroína que já ninguém quer. Na inércia, vejo-nos a todos a olhar para o buraco do umbigo e ninguém dá um passo em frente. Lá em baixo não há rede, nem temos motor para buscar entertenha.As vacas estão magras sim e desfilam nas passerelles. As relações são sexuais. E por todo lado as bombas explodem e só assim o combustível baixa. Quem nos tutora congratula-se sem perceber. Também eles estão de volta do Mistério da Saúde, do Mistério da Educação e do Mistério da Justiça. E para o primeiro, ele até parece o ministro menos suado desta corrida. Mas com um bloco de cimento à esquerda e um comunista partido, tudo parece fácil. É jogar o jogo mesmo quando o adversário não apareceu. Temos mesmo de arranjar um candidato preto, para podermos votar em branco? É? Não sei o que é continuar. 
Promete que mudas, João, Hugo, Rita, Sara, Ricardo, Luís, José, Sandra, Miguel, Sebastião, Inês, Miguel, Pedro, José, Pedro, Manuel, Laura, João, Carolina, Juliana, Ana, André, Diogo, Frederico, Alexandra, Pedro, João, Isa, Marta, João, Ana, Diana, Mafalda, Inês, João, João, Mariana, Mário, Rui, Tiago, Catarina, João, José, Rui, Diana, Catarina, José, Bruno, Marta, Inês, Sofia...

Tuesday, December 23, 2008

There are things known and things unknown and in between are the doors.

It was early, real early.

-They just kids, Sheriff.
-Their age don't enter into it. I done told'em boys to go. They had 'nuff time.
The Sheriff opened the door and went outside. He could see the nailed-shut windows of the saloon's top floor, down on the corner. Slim had done it to pretend no action was goin' on on the rooms above his saloon. As if whores couldn't work by the candle light...
The Sheriff stepped into the saloon and tipped his hat.
-Mornin' Slim.
-Mornin' Sheriff.
-Any of the girls upstairs?
-They all down here, cleanin' up, Sheriff.
-You tell'em to stay put, and get me a double bourbon.
The Sheriff went up the stairs and opened the door to the big room.
-Jim,you and your boys better be out this town before I finish my drink downstairs.
Jim laughed.
-Cum on now, Sheriff, it's real early and we need to get some rest. Let us sleep and maybe I'll go and talk to you after lunch.
The Sheriff closed the door shut and went back downstairs. He finished his drink, sighed and asked Slim for another. He walked back up the stairs and opened the door to the big room. The light from the lower floor and the candles in the hall was just enough to tell the beds and chairs from the naked walls. There were five of 'em. Jim's bed was just next to the door. The Sheriff cocked the hammer of his right-hand revolver and put it against Jim's head. Jim startled and sat up.
-Don't say a word, boy.
The Sheriff let off four rounds with the other gun, one to each bed. At each shot he could feel Jim's head shake at the end of his right-hand gun. Dark stains appeared on the four beds. No words were spoken.
The Sheriff closed the door behind him and locked it. He had Slim bring him some boards and nails and nailed the door shut. Everything was still silent inside the room.
The Sheriff went down, downed his second double bourbon and got out of the saloon.
Jim was a healthy boy, no reason to expect any fainting or heart stroke, and when he got tired of tryin' to kick the windows and door open he would know exactly what to do. Then Slim would have the girls clean up and dump the bodies out of town and everything would be ready and shiny for when the first customers of the evening came.

It was still early, real early.

Wednesday, December 03, 2008

"Oh Vítor põe um bocadinho de paranóia no teu pãozinho que o almoço ainda demora!"

Já a tenho!
Falta-me o pão, guardanapos e um barril de petróleo temperar o prato.
Meus senhores o meu carro 'tá cheio de gente que eu não conheço, a ouvir músicas diferentes da minha. Com histórias iguais à minha e dão-me vontade de rastejar na minha inexistente individualidade. Cheiro-lhes o suor todos os dias. E já os auscultei/percebi a todos sem nenhum deles ter a mínima ideia. No outro dia ligaram-me a cabeça ao rádio do carro. Descobri que tenho um pequeno pianinho lá dentro e faz:"Pim, Pim, P-Pim, PIMMMMM!pim."
Eu lambo-me e lambo-me e lambo-me e vocês suam e suam e suam. Porque não introduzir um bocadinho de anarquia, tão sério? Porquê? Ainda não, mas vou saber, está por dias. Que sou um cão a correr atrás de carros...cheios de putas e gansos.
Como um sábio disse: "Putas, gansos caralho!". Vinha a correr atrás de mim. E eu pensava que as minhas anedotas eram más, más são as gengivites. E os carros cheios de gente, putas, gansos caralho!
Estou farto disto. Estou farto de não levar porrada, estou farto de ter os sobrolhos fechados e só ter feridas nos dedos. Quero sangrar de ranger os dentes. Entrar e sair pelas janelas. Quero que os gansos me mordam e que as putas se fodam. Destino.
E nunca mais pensar. Correr bem rápido como sempre. Bem lento. Em movimento lento. Despistar este carro.

Se temperares a tua sande com petróleo, nunca arrotes quando tua mãe 'tiver ao fogão.
Tou farte do miocárdio.

"Vítor 'tá pronto!"

Friday, November 21, 2008

Contava o abade

Contava o abade

-Je me souviens parfaitement ce que me disait le grand-père du père de la grand-mère de l'oncle de mon ami:
Viver é dar um clister ao mundo e depois constituir família; é enganar a avó no troco do pão.
Mas, agora, estar vivo, isso é outra coisa. Estar vivo é ir colar um macaco do nariz debaixo do tampo da mesa e já não haver mais espaço; é um passeio pelo campo a ver prédios a cair pelo canto do olho. Estar vivo é adorar ir duma ponta à outra da rua mas só naquele sentido e preferir morrer a ser obrigado a fazê-lo no sentido contrário.

O whiskey levou-me a mulher mas eu vou cá ficando. Pelo menos até o café AS 3 MENINAS em Foros de Almada se passar a chamar Duas Velhas e um Enfarte do Miocárdio.

Saturday, October 18, 2008

Elegia do Alto Sena

Algures para os lados de Massamá, uma velha engoliu tanto ranho que, passados três dias, fez um cagalhão verde tropa.

Diz a própria: - Aquilo limpar o cú foi um trinta e um, parecia era os mês netos a comer pizza, fios de queijo por todo o lado.



Adopte um animal abandonado, dê dinheiro à cruz vermelha portuguesa, aprenda a reconhecer os sinais de um enfarte do miocárdio, seja sempre bonzinho.

Thursday, September 18, 2008

Verão sim, verão não

Verão:
" told my man I started sword fighting
'cause fencing was similar to tongue kissing
if you wait too long you gonna end up confessin'
all I think about is you undressin'"

Outono: Uma música sem letra. 100BPM.

Inverno:
"Standing in the way of control
We live our lives
Because of standing in the way of control
We will live our lives"

Primavera: SP-555 custom made

Verão: Silêncio


Qual é a altura da torre? Da qual podemos deixar cair um história durante 10 meses?

"en-en-en-en-faaaaarte!!"

Friday, September 05, 2008

Destruindo os Anjos

Embarque-se neste conceito de viagem, nesta calma madura mas não muito. Uma disponibilidade para te ouvir e para vos ouvir. Para vos respeitar. Para todos aqueles que boiam, brotarem à vontade. Para os que não partilham continuarem a não partilhar. Quem gosta de anunciar que anuncie, junte-se a uma marca de detergente que o faça correr mundo e desocupe-me os degraus da entrada. Quem gosta de se anunciar que lhe faça companhia, cheio de detergente na boca para poderem anunciar-se em chinês (esses gajos têm amostras grátis para sempre!).
Toquem tudo. Absorvam tudo. Cuspam tudo! Eu vou estar na alfândega a fechar os olhos e a deixar-vos entrar no país ou no topo do prédio de espingarda ao peito a proteger o vosso discurso. Fazendo mira aos Anjos. Destruindo-os. Arrisquem, discursem agora. O tempo é limitado, o artista não mija para uma tela duas vezes e se a luz acabar nesse preciso momento, perdeu-se um instante para sempre.
Mentira, não vou fugir, nem ausentar-me como sempre. Desta vez vou estar ao vosso lado, de pistola em punho. Tentando ser um tanto ou quanto disconexo, vestindo uma capa bem rota por cima de um núcleo de betão armado, infestado de repetições, roubos e distorção (do espaço-tempo claro).
Agora que já ninguém me dá trabalhos de casa e que a claridade bate sobre os anjos, alvos de abater, está tudo mais visível.

Alguns deles é só disparar para o ar que eles finam-se de enfarte.

Friday, June 27, 2008

Killing yourself to live

Fechar os olhos e esperar que, quando os abrir, ele esteja transfigurado. Contornos suaves e sorrisos nas janelas. Lençóis de betão em cima dos campos de minas, livre acesso a tudo e a todo o lado.
Daqui nada mais vejo senão o crescendo do azul do céu ao correr dos ponteiros. Não sei que horas são, devem ser etcetra e tal. Sei que nasce o dia e eu continuo sem perceber se dei uma cabeçada no chão ou fui mordido por um mosquito. A demonstração aérea não me deixa dormir. Ai não, são mesmo os que ficaram no chão que não se calam. Pardais e mais uns pardais, voam, viram, viram-se de barriga para cima e soltam gases púrpura e vermelhos e cores que não existem e sujam-me o céu que aspirei antes de me deitar. Não preguei olho, preguei mais uns pregos no céu, queria pôr um poster da minha banda preferida à frente daquela mota que passou a noite toda com os máximos apontados à minha cara. Vinha por cima da serra. Dizem que quando olhamos para as motas que vêm do céu, estamos a olhar para o passado. Então o meu passado foi com farolim apontado à testa. Enfim descanso, o gajo deve ter ficado sem bateria na puta da mota, já tem horas de viagem, ainda não chegou e a luz apagou-se. Ou o céu acendeu-se, tanto faz. Preguei o olho ao chão. Nem 3 minutos, lembro-me que o meu colchão são tijolos. E são tijolos. E são tijolos. Quero mijar, quero trocar o sentido da gravidade para não me levantar. Levanto-me.
Abro os olhos. Levanto-me. O chão são tijolos. Mas as minas ainda não foram lambidas de betão.

Nenhum pardal foi ferido no decorrer desta história. Morreram todos instantaneamente de enfarte depois do meu vizinho ter mandado umas chumbadas para o ar.

Friday, June 20, 2008

Meio-dia. Rossio, Lisboa. Mundo real.
Acordo completamente nú, na esperança finalmente ter voltado a uma realidade que faça sentido.
Mas o céu ainda tem auroras boreais verdes e vermelhas e fazem o ar quente ondular na minha cara. Levanto-me e subo a um prédio, no último sítio onde estive os carros explodiam à minha passagem. Desco pelo telhado do D. Maria II para tentar passar despercebido. Entro no palco,

Wednesday, June 18, 2008

Fuck you Lucy

É outra vez época de chuvas e sombras. Nasci assim, a culpa é do sistema, the devil made me do it, não sei.
Espero que este inverno dure anos e que as águas levem casas, animais, famílias inteiras até ao mar e que o mar os engula de vez, sem regurgitar nem ruminar arrependimentos. Quero ver estas encostas lavadas de tudo o que lá existe.
É outra vez época de chuvas e sombras nesta estrada. Eu sigo-a até ao fim outra vez e outra vez desejo que não vá dar onde ia. Estas bermas são demasiado reconhecíveis, enfeitadas dos restos de entulho que a chuva arrasta, onde tropeço e espero vir a cair, pontuadas de noites sem sono.
As putas das insónias, para quem tem tempo de as conhecer melhor, não estão só à beira desta estrada nem deviam ter todas o mesmo nome nem têm todas a mesma maneira de rir. Ficam a saber. Os pesadelos é que são todos os mesmos, gordos, camionistas, suados da humidade, chuvidos em cima de nós até que verguemos sob o seu peso, cheio de correntes de transmissão, engrenagens, águias, retrovisores.

Quer queira, quer não, é bom ficar na cama a não ouvir a chuva. E estes rappers continuam todos a falar alto demais para que eu consiga ouvir-me a pensar convenientemente, graças a deus.

Sunday, June 01, 2008

3 ª sonata para piano e fole da lareira (ou quatro gansos), opus XXVII molto vivace

Foi exactamente por esta altura que a D. Elisa se virou para a porta do seu quarto, assustada pelo barulho de alguém a forçar a fechadura - um envelope deslizou por debaixo da porta até aos seus pés, por sobre o soalho encerado. Pegou-lhe e deu-lhe uma dentada e mastigou o envelope e o respectivo conteúdo durante três ou quatro dias.

Foi exactamente por esta altura que a D. Elisa se virou para a porta do seu quarto, assustada pelo barulho de alguém a forçar a fechadura - um envelope deslizou por debaixo da porta até aos seus pés, por sobre o soalho encerado. Pegou-lhe e deu-lhe uma dentada e mastigou o envelope e o respectivo conteúdo durante três ou quatro dias.

Foi exactamente por esta altura que a D. Elisa se virou para a porta do seu quarto, assustada pelo barulho de alguém a forçar a fechadura - um envelope deslizou por debaixo da porta até aos seus pés, por sobre o soalho encerado. Pegou-lhe e deu-lhe uma dentada e mastigou o envelope e o respectivo conteúdo durante três ou quatro dias.

Foi exactamente por essa altura que o envelope encerou três ou quatro portas, forçado pelo susto de uma fechadura a mastigar soalho - o chão abriu-se e, por entre as nuvens de enxofre e fogo, surgiu uma besta inominável, com olhos de sangue e dentes que rasgavam os seus próprios beiços verdes e gretados, e, arfando imundamente pela sua bocarra enorme que parecia assentar directamente nos ombros escamosos, rosnou na sua voz rebombante e suja: desculpe, estou no 3º esquerdo ou no 3º direito?

Thursday, May 22, 2008

Em parte, o miocárdio

Hoje não houve cobras.

O Sol choveu a pique sobre o meu sono e desfê-lo em pequenas poças de bocejo.

Levantei a cabeça: lá fora havia um enorme nevoeiro cá dentro. (percebem?) Passei para o banco da frente e liguei o carro e fi-lo desaparecer contra a luz das seis e quarenta e cinco.

A estrada subiu como uma maré suja até engolir toda a manhã, nevoeiro incluído. Era uma estrada nova, sem buracos e sem destino, como as dos filmes e das capas dos discos. Eu estava sentado na berma, só a olhar, à espera que a primeira raíz de pinheiro violasse aquele cinzento.

O Sol chovia agora intensamente sobre os meus sapatos, desfazendo-os em reflexos de espelho em segunda mão. Pouco me importa. Desde que não haja cobras.

Sunday, May 18, 2008

Engolidor de Homens

Abro os olhos. Não estou de pé. Mas estou virado para baixo e isso é bom, ninguém quer acabar como o Jimi. Estou deitado na berma da estrada, e afigura-se-me o deserto americano.
O azul do céu limpo está mais forte que o calor do Sol, entra-me pelos olhos dentro numa explosão a uma só cor. O pó dentro da minha boca está fresco e é a melhor água que podia encontrar, face a esta secura que não consigo descrever. Mastigo-o, mas não me atrevo a engoli-lo. Sem me conseguir levantar, as imagens levantam perguntas. A que quero responder. E que a cada vertigem tento ignorar. Os jeans têm óleo, e em conjunto com o meu relógio partido e a estrada que separa este vale, são a única prova de civilização num raio de muitos quilómetros. Engulo pó finalmente. Consigo tossir, óptimo. No mesmo movimento puxo uma mão para a frente e apercebo-me que também consigo rastejar. Rastejo até ao meio da estrada, pés e pernas no sentido este-oeste, tronco, braços e cabeça no sentido oeste-este, na pequena esperança de me matarem e me levarem daqui. Vejo um reflexo na ponta de um cacto. Cem metros de distância. Começo a ficar bom a rastejar. Dois lagartos juntam-se na minha cruzada, mordem-se, mordem-me e percebo que é uma corrida. Doze, quinze, somos vinte e três. Vinte e dois dos quais, provavelmente sabem para onde vão e cuja babada avidez esclarece um apetecível destino. E eu comprei energia à agressividade dos meus competidores. Rastejo como nunca o fiz mas a poucos metros desisto! Estou completamente estafado e apercebo-me o ridículo do objectivo. Caio de cara no chão. Estou igual a há pouco, a estrada é que está mais longe de mim. Os lagartos amontoam-se para o photo-finish! Mas eis que a meta se transfigura, reflecte, reluz! Explode com as guitarras a soarem bem alto! O baixo bem lento como a brisa que sopra e a aridez dos riffs descreve de tal forma o ambiente que me vejo a formalizar o acontecimento, gritando: "Isto é sinestesia, meus senhores!!".
O reflexo, sobe! Passa por dentro de si próprio formando nós momentâneos. "Estou dentro da capa de um disco qualquer." - pensei eu. O reflexo ruma ao infinito a uma velocidade incompreensível.
Um camião desce o vale mas eu estou cansado demais para me mexer. Deixo-me ficar... e dou de comer aos lagartos.