Caros senhores
Uma apresentação emprestada sem autorização para dizer que tão simplesmente: Eu sou isto que aqui está. Sou isto que aqui digo e escrevo, a gorda bola de neve dos meus antecessores a rebolar pelos tempos. Fora de poesias. É isto mesmo. E cada vez que penso nisto que penso, o pensamento seguinte é vomitar e detesto fazê-lo.
Escrevo este texto como se do último se tratasse. Como se já não precisasse. Como a surpresa ao virar uma esquina ou a clarividência de uma boa prespectiva. Pior que comer merda, só mesmo viver uma mentira. Sentir uma ilusão, encostar-me a ela, tranquilo. Anos.
E nesta mesma cama onde segundos atrás eu próprio engordei a bola genealógica que me foi passada, outros o fizeram, descobri a verdade que nunca quis ouvir. Que escondi os olhos para não ver. Que deixei passar como os autocarros que já perdi, todos por não correr.
Este texto é para ti, que nunca o vais ler. Tal como a mensagem que deixaste para mim. Mas que eu li. Nunca compreendi este totalitarismo, porque sempre vivi com ele. O que poderia ter sido, se o tivessemos mastigado mais cedo. Eu e tu sabemos! Resta viver. E tentar esquecer estas novas respostas às tão velhas perguntas.
Eu sei.
Hoje não houve enfarte, nem miocárdio. Esqueçam isso. O enfarte do miocárdio foi sempre outra coisa que eu nem sempre soube mas sabia.
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