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Wednesday, May 02, 2007

Sorria, está a fritar

Tenho vindo, de há uns tempos para cá, a reparar numa coisa. Estou a transformar-me num teórico da conspiração. Um daqueles que deixa crescer a barba e usa sempre boné e fala com certos caixotes do lixo seus conhecidos.

Não é que eu saiba um daqueles segredos que todos eles sabem, - normalmente, cada teórico da conspiração sabe só um e nunca chegam a completar-se numa teoria generalizada porque acham sempre que os outros só fingem saber um segredo para poder apoderar-se do seu e transmiti-lo a organizações misteriosas que lhes vão tentar apagar o cérebro - não. Eu sei segredos mas não são desses. Eu sei os segredos que toda a gente sabe. O que me aflige são as câmaras.

As câmaras é que me fazem ser como eles. Elas esticam o pescoço e inclinam a cabeça e espreitam-me por cima do ombro.
À noite, quando vou dormir, vejo os seus olhinhos encarnados a piscar, como quem diz: - Vá-lá, sabes que eu não conto a ninguém, fica aqui entre nós...
Esta pressão constante cria, como todos sabemos, uma vontade irreprimível de contar os nossos segredos. A questão é que, obviamente, queremos contá-los a quem não no-los pergunta.

(Todos vós já foram, certamente, abordados, na rua, por um tipo com uma enorme gabardine e um boné, que vos contou em dois segundos a verdadeira história da morte da princesa Diana e como ela esteve ligada com a indústria farmacêutica neo-zelandesa e a sua vontade de dominar a mente de todos os polvos do Oceano Atlântico para produzir filmes eróticos com maior índice de flexibilidade.)

Um dia destes, se a coisa continua assim, vou sair porta a fora e dizer ao primeiro estranho que encontrar: - Eu não sou realmente veterinário! O gato da Dona Rosa não teve nenhum enfarte do miocárdio. Mas eles nunca vão encontrar o calhau da calçada! Hahahahaha! O calhau da calçada...

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