Mais um pequeno
Acordou, como todas as manhãs com o sol a verter pela sua janela.
Como uma luz de palco iluminando os seus carrinhos de brincar, os seus patins,
a sua bola de futebol e colorindo pela enésima vez os seus desenhos.
Abriu os olhos, rodou sobre si mesmo, rebolou.
Estatelou-se no chão e sorriu! Sabia exactamente o que tinha de fazer.
Vestiu os seus calções preferidos, que a avós fez para ele no Verão passado. Calçou as
sandálias de outras correrias. Saiu porta fora sem pequeno almoço. Não havia tempo e ele sabia
exactamente o que tinha de fazer. Entrou na loja sem saber como os seus olhos já brilhavam e comprou exactamente o que tinha a comprar. Saiu a correr, tropeçou, não faz mal era o rei do pé-coxinho, safava-se de todas as quedas.
Correu, correu, correu exactamente para o sítio que tinha de correr.
Assobiava uma ansiedadezinha de acelerar o que ia fazer acontecer.
Chegou. Todos olhavam, formaram um círculo à sua volta e arregalaram os olhos de curiosidade.
Semelhante missão! Nunca visto, com tão tenra idade. O pequeno esperou o tempo que teve de esperar.
E preparou com jeitinho. E deixou tudo preparado como devia de ser.
Olhou em volta, olhou confiante olhos nos olhos dos olhos curiosos. estava iluminado pelo mesmo sol que o acordou. Estava quase na hora esperada. Segundo a segundo, uma ansiedade crescente, um salivar seco.
Eis que chega o momento. O culminar de toda a diligência de um menino que podia estar sentado, deitado ou correndo num qualquer outro sítio.
E nada acontece. NADA.
O salivar torna-se em chorar. Os curiosos tornam-se costas caminhando para longe.
O pequeno, joelhos na terra, que triste fim.
Não há porquês...
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