Amanhã vou sentar-me à secretária e vou conquistar o mundo
Vou pegar nestas folhas e vou levá-las para a tasca.
Vou lê-las e beber cerveja até que façam sentido, até que façam parte de mim.
Como se estivessem lá quando eu nasci e me tivessem sido lidas todas as manhãs
enquanto dormia no berço.
Vou saber tudo o que dizem, os pormenores técnicos, as poesias, as prosas mais descritivas,
as asneiras, as anedotas, a banda sonora a que convidam, os ângulos rectos dos seus cantos.
O empregado vem à mesa e ri-se, olhando para elas. Ele nada sabe sobre o valor que elas têm.
Podia dar-lhe uma folha destas. Ou tão somente um parágrafo que ele iria dar um rumo à
sua vida. Mas não conseguiria ler.
Com estas folhas vou conquistar o mundo nem que seja dobrando barcos e espadas de papel.
Ou com ideias. Mas para isso vou voltar para casa, vou sentar-me à secretária e vou escrevê-las.
Passou uma ambulância no caminho para casa. Pobre do empregado morreu de enfarte sem saber que estas folhas lhe podiam salvar a vida.
1 Comments:
Neve carbónica! É o que te digo mon ami.
12:45 AM
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