obladi oblada
Como carochas que são, deviam saber melhor que ninguém como custa ficar caído de costas e de patitas para o ar.
Hoje, caros amigos e colegas da comunidade científica, explico orgulhosamente ao mundo porque é que os Beatles já não existem.
Um dia destes, peguei em todas as musiquinhas giras e agradáveis ao ouvido, que todos bem conhecemos e agradecemos aos insectos de Liverpool e meti-as numa seringa. Depois de fazer um sorriso macabro e enviar um jacto de hinos de juventude já rançosos e com bolor, desde a ponta da agulha até ao tecto, injectei-as numa carocha, certo de que ia ressuscitar o John Lennon.
A carocha começou a passar por metamorfoses estranhas, mudou de cor, de voz, de feitio. Transformou-se num submarino amarelo. Não falhei por muito, pensei. Mas aí a carocha voltou a contorcer-se, teve febre de sábado à noite, ficou como uma virgem, tocada pela primeira vez, foi uma bitch, uma lover, uma child, uma mother até que saltou inesperadamente pelos ares e aterrou na outra ponta do meu laboratório. Parecia estável. Tive medo de me aproximar mas resolvi-me a fazê-lo. Ainda não tinha dado o primeiro passo e ela virou-se para mim, lá do fundo, com uma farda reduzida de colegial que eu não lhe conhecia: "My loneliness is killing me, I must confess I still believe..."
Corri, corri como se tivesse trinta pés e a Charles estivesse em descontos, caros amigos.
Obladi oblada, life goes oooooon até ao enfarte do miocárdio
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