Se
A palavra que mais detesto."Se".
A vergonha do dicionário. Mais triste que a "Melancolia". Mais inebriante que a "Ilusão".
Mas são os homens que materializam as palavras. E esta palavra não se materializa.
Nunca se materializará, alimenta-se de diletância, vive de conjectura.
Vive de especulação. Não vive, sobrevive.
Não significa nem presente, nem futuro. É uma alternativa barata.
Troquem-na pela palavra "Merda" e ainda assim será um sinónimo medíocre.
Quando olho para a pilha de livros que me dizem para ler, e finjo que não tenho nada para fazer,
vem-me um gosto à boca que me segreda ao ouvido. Ele diz, olhando por cima do ombro, certificando-se que apenas eu o oiço: "O "se" é um salva-vidas que vai ao fundo, é uma mão em que não podes confiar, esquece-o".
O segredo vem confirmar o que sabia há anos. Preciso apenas de certezas.
E não é no "se" que as procuro.
Destesto a palavra "se".
Quando um dia me ouvirem a dizê-la outra vez, descansem. O enfarte do miocárdio não terá contemplações para comigo.
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