Somos e fomos
Quero só mais um cheiro, mais um paladar ou um toque do que fomos.
Dias que não eram dias. Eram meses. E somados faziam anos que pareciam dias.
Tu, tu, tu. Tudo o resto são floreados desnecessários. Eram acidentes de percurso para chegar até ti.
Mas isso perdeu-se. Formaram-se cruzamentos, instalaram-se semáforos. E parei em todos eles.
Parei para me afogar na fétida decomposição de nós.
Tudo o resto são fumos que tentam tapar o cheiro de nós.
É o fim de tudo o que conhecemos. Rasgaram-se os tendões de Aquiles e os corpos pesados cairam pesados no chão.
No entanto, não somos vítimas de mais nada senão do nosso próprio enfarte do miocárdio.
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